Há quem resista à mudança, há quem mude toda hora. Veja reflexões sobre quando é a hora certa de mudar, encerrar ciclos e seguir novos caminhos na vida.
Quando saber a hora de mudar? Parar? Tomar outro caminho? Sair de onde se está custa: custa esforço, coragem, desapego. Não é fácil desapegar-se de si. Deixar para trás uma parte tão familiar e costumeira de um velho rosto conhecido. O meu. O nosso. Despedida dói. E não dói só quando aquilo de que se despede é bom. Dói também se despedir da dor. Do sofrimento, do silêncio, da angústia. A gente se apega a tudo que há quando o que existe é recorrente, quando está tão dentro que a gente nem acha que sente.
O medo de mudar
Tem quem passe a vida calando a ânsia de mudar, imóvel diante do receio da iniciativa e de tudo o que vem colado nela. Mover tira as coisas do lugar.
Rearranjar os espaços dentro e fora é tarefa extenuante. Mas, também é capaz de preencher com possibilidades.
Tudo o que ainda não foi pode ser. E o “poder ser” é força em movimento, esperança, vontade, desejo. É saudade. Saudade daquilo que a gente sempre quis, mas ainda não se deu. Saudade também pode levar para frente.
A projeção do ideal
Há quem se despeça toda hora. Sem dar tempo para cada arranjo se assentar. Para ver, sem expectativas e a fundo, o que e como pode se dar.
Na correria desenfreada pela felicidade ideal, pelo filho ideal, parceiro ideal, trabalho ideal, morada ideal, autoimagem ideal, a nada se prende.
Com medo de criar raízes em solo não ideal, sem se dar conta da absoluta impossibilidade de um mundo ideal projetado, viável apenas na nossa egoísta e imatura projeção. O mundo não é como gostaríamos, nem o outro. Tampouco nós. Somos a busca pela nossa melhor versão, ou não.
Dá para saber a hora de mudar?
Como saber, então, a hora de mudar? Encerrar um ciclo? Começar outro? A resposta é não. Não dá para saber. A gente apenas sente e tenta. Acerta algumas vezes, erra muitas outras. Cai e se levanta. Cai de novo. Levanta mais uma vez. Junta alívios e arrependimentos, cozinha tudo na mesma panela. Até dar um caldo forte o bastante para não se importar mais se vai dar certo ou não. Até aprender com os erros e acertos e lidar bem com tudo isso.
No final, não importa aonde a gente vai chegar, nem se vai chegar. O importante é o caminhar.
Absorver o que se apresentar pelo caminho e manter o movimento. Seja na mesma rota ou em outra direção.
POR MARIA DOLORES, da Vida Simples
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